quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Criação 2 - Os dias de nossas vidas


A soap opera é uma novela sem fim. Ela começa, mas só acaba se perder o público e, consequentemente, os patrocinadores. Nos EUA, representam uma tradição de décadas. Têm até um "Oscar" próprio, o Daytime Emmy Award.

Durante um curto tempo, o canal Sony transmitiu no Brasil duas das principais soap operas americanas: The Young and the Restless e Days of Our Lives. "Young" era mais sofisticada na sua concepção. "Days", um novelão típico, com tramas absurdas, personagens improváveis e um clima de contos de fadas. Está no ar desde 8 de novembro de 1965. Um dos casais, Bo e Hope Brady, vai completar 30 anos de romance pela TV.

Fiquei viciado em Days of Our Lives. Era um espetáculo kitch como um novelão mexicano. Acompanhei a vida daquele monte de personagens da cidadezinha de Salem, todos os dias,  por meses. Me envolvi nos seus romances e nos seus conflitos. (E ainda me diverti com o tom canastrão dos atores, típico das "soap"). 

E, de repente... acabou. A Sony tirou do ar. Aquele monte de gente imaginária sumiu da minha vida de um dia para o outro. É como diz o slogan da novela: "como os grãos de areia de uma ampulheta, assim são os dias de nossas vidas". 

Assim, quando Jerry Seinfeld falou com tanto carinho de Days of Our Lives no seu monólogo  (leia o post), uma pergunta se formou na minha cabeça: o que aconteceu com Bo, Hope, e toda a população de Salem  a partir do momento em que deixei de assistir a novela? 

Foi essa a pergunta que começou a dar forma a Intervalo.

A seguir: Intervalo, da soap opera à peça pop


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