segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Criação 4 - Tempestade de Lágrimas


Em 1993 eu voltei a trabalhar como roteirista da Angélica, agora no SBT. O diretor era o mesmo Marcelo Zambelli. E o nome do novo programa infantil, Casa da Angélica. Em termos de liberdade de criação foi bem mais gratificante do que escrever o Clube da Criança na rede Manchete. 

No ano seguinte, ofereci para o Marcelo o projeto de uma micro novela parodiando os novelões mexicanos apresentados pela própria SBT. O Marcelo topou na hora e surgiu Tempestade de Lágrimas. Ganhei um ótimo elenco fixo e a possibilidade de usar os outros artistas da casa como convidados.

Cada capítulo durava ao redor de 5 minutos, e neles eu encaixava todos os clichês possíveis do gênero. A vilã Eleonora (Maria Clara Fernandez, perfeita no papel) era a megera de cabelos em coque e tapa-olho (que mudava de cor e de olho a cada capítulo): 


Angélica (uma ótima atriz cômica) fazia o papel da criadinha Estelita, sempre muito humilde, chorona e apaixonada pelo noivo da patroa Eleonora:


O noivo de Eleonora era o ingênuo Rodolfo Rodriguez, que a cada capítulo mudava de sobrenome hispânico (Hernandez, Sanchez, Escobar, etc). Grande criação de Otaviano Costa, que interpretou também o irmão gêmeo cafajeste Alcebíades:


Em Tempestade de Lágrimas eu pude explorar livremente esse território do novelão latino, que sempre me hipnotizou pelos exageros. Em vez de disfarçar esses clichês numa linguagem contemporânea, decidi explorar pela comédia esse exagero kitch do dramalhão mexicano. 

Exatamente o que eu faria onze anos depois em Intervalo.

Para assistir os 13 primeiros capítulos de Tempestade de Lágrimas, clique aqui.

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